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Beijo de Mulata

Beijo de Mulata

03
Abr17

[o que vês da tua janela, beijo de mulata?] autismo e consciência

beijo de mulata

Ao fundo, bem antes da linha do horizonte, adivinha-se o Cristo Rei pintado de azul, por ser o dia mundial da consciencialização do autismo.

A propósito do tema, e porque tem um menino na turma com autismo, o baby interessou-se pelo assunto. Expliquei-lhe o que sente um menino com autismo perante os estímulos normais do dia-a-dia. E perguntou ele, sempre com as suas preocupações metalinguísticas:
- Mas porque é que se chama, autismo, mãe? Devia chamar-se "esmagadismo", porque os meninos se sentem esmagados pelos sons, pelas luzes e pelas caras das pessoas.
- Pois, mas como é muito difícil para eles perceberem o que as outras pessoas estão a sentir ou a tentar comunicar, ficam muito fechados em si mesmos, daí o nome autismo, ou seja, "em si mesmo", percebeste?
- Mãe, eu tinha autismo quando era pequeno? [De facto, em tempos teve esse diagnóstico...]
- Não, querido, quem te disse isso?
- Ninguém, mãe, é só que me lembro que quando era pequeno era tudo muito forte para mim. [Como é que é possível, valha-me Deus, que ele tenha consciência disso?]
- Não filho, claro que não, é só que eras muito bebé...
- E o autismo passa?
- Às vezes, quando é muito fraquinho, pode passar. Outras vezes só melhora mas não passa.
- Como o João? Ele já está muito melhor, agora até já fala e antes não falava.
- Sim, como o João, filho. Boa noite.
15
Out13

[outras palavras] portugal vs angola

beijo de mulata
 Diz a Bad Girl que vai a todo o lado:
Para mim ler "Angola anuncia fim de parceria estratégia com Portugal" é o mesmo que ler "Fanny termina relação amorosa com Hugh Jackman". 
Mais uma vez, deve ser das drogas.
Não faço a menor ideia de quem seja o Hugh Jackman ou sequer que tenha qualquer coisa a ver com a incontornável Fanny (que até eu conheço), mas é mesmo isto!
01
Fev13

[outras palavras] um ladrão com sentido de humor!

beijo de mulata

 
É esta a notícia: a bolacha centenária de cobre que fazia parte da escultura de uma empresa fabricante de bolachas alemã foi roubada. O dono da empresa ofereceu mil euros a quem pudesse dar alguma pista sobre o paradeiro da sua velha bolacha. E foi então que o ladrão se deu a conhecer. Pediu um resgate! O resto é sorrisos.
Eu podia contar-vos a história, mas a Helena já a contou muito melhor! Vão lá ver que é de morrer a rir... Ou de sorrir para dentro, vá.
(Hannover, Alemanha)
21
Jan13

[eu juro que ia ficar calada] mas ainda estou com o nervos!

beijo de mulata
Meus queridos amigos, eu sei que sou uma baby-blogger, uma mato-blogger, uma mozambique-blogger, uma portuguesa loira que está ironicamente prestes a tornar-se numa moçambicana mulata por usocapião (Armando Guebuza, mi aguardje!). Sou uma pessoa com bom feitio que acredita até à evidência última que a maioria das pessoas com quem se cruza tem boas intenções. Há poucas pessoas que me fazem zangar e ainda menos as que me conseguem enfurecer.

E não sou nenhuma santa, felizmente. Aliás, para que conste em ata, um dos primeiros posts deste mato e motto da minha vida assevera que "Todos os santos têm um passado, só os pecadores têm futuro."

Por isso estou espantada comigo mesma por ainda não me ter passado a fúria que me assolou quando li este artigo. Mas, sinceramente, a pediatra que habita em mim acordou e está chocada. E envergonhada. E dececionada. Eu, que nem conhecia o senhor que o escreveu. Continuo a não saber nada sobre ele para além do facto de que possui uma crónica no Expresso...

Eu até percebo a ideia geral. O autor pretendeu transmitir desagrado com a ausência de limites e incapacidade de contenção de alguns pais de hoje, mas adotou um discurso simplista e, na ânsia de demonstrar alguma utilização abusiva do termo médico de "hiperatividade", acabou por denunciar a sua própria falta de preparação para discutir o tema, evidenciando zero de documentação sobre o assunto. E zero de empatia para com os pais. Os comentários de alguns professores só me deixaram ainda mais triste ao constatar mais uma vez as dificuldades por que os pais têm de passar quando os filhos têm esse diagnóstico e confirmar mais uma vez que faço bem em recomendar-lhes que mantenham o diagnóstico para si e não o revelem aos professores porque o  preconceito é ainda enorme... Desculpem mas não consigo ficar calada. Nem como desabafo na mesa de um café eu seria capaz de tolerar este discurso.
08
Jul12

[outras palavras] a greve dos dias 11 e 12

beijo de mulata

Infelizmente não poderei fazer greve no dia 11 porque estarei de urgência e a 12 estarei de saída de banco, pelo que a minha ausência não vai contar para os números da greve. Mas eu e a minha equipa vamos trabalhar como normalmente fazemos durante um domingo ou um feriado: assumiremos a responsabilidade de todos os meninos graves internados no hospital e haveremos de observar todas as crianças que acorrerem ao serviço de urgência. Para nós vai ser trabalho a duplicar. E oxalá o seja.

Nunca poderei escrever como a Dra. Muxy (Paracuca) sobre este assunto, por isso transcrevo aqui as palavras dela:

«O senhor ministro diz, demasiadas vezes, que as propostas que põe sobre a mesa vão de encontro às reivindicações dos médicos, diz que o que o preocupa são os utentes que vão ficar sem consultas por causa das greves, diz ainda que a requisição civil está sempre sobre a mesa e diz também que não tem medo dos médicos. A comunicação é difícil, eu sei, mas vivia na ilusão que falávamos a mesma língua.
O que os médicos reivindicam é o fim do contrato de horas em massa. Se as horas que estão a concurso equivalem ao trabalho de 1800 profissionais a tempo integral de 40 horas então queremos contratos e não horas avulso. O que o senhor põe na mesa é um tecto mínimo para o preço dessas horas. Não vai de encontro ao que queremos, desculpe lá. O senhor não sabe mas eu conto-lhe porque sou generosa: a medicina de qualidade depende de uma política de serviço, de uma hierarquia, de um pensar conjunto, da discussão dos doentes, de assumir os doentes como nossos e ter com eles uma relação perene. O trabalho à hora não garante nada disto.
O senhor diz que está preocupado com os doentes e nós sabemos que na comunicação social vai aparecer a senhora que fez quilómetros para ir a uma consulta que o estupor do médico não fez. Descanse excelência, as consultas vão ser feitas, noutros dias pelos mesmos médicos. Fazer greve não nos poupa trabalho, a nossa relação com os doentes é fiel e por isso fazemos questão de sermos nós a ver os nossos doentes em vez de médicos estranhos contratados à hora.
Ameaça-nos com a requisição civil. Não receamos, excelência! O direito à greve é nosso pela constituição, sabemos quais são os serviços que não podem falhar e vamos cumpri-los. Não precisamos de castigos, somos cidadãos responsáveis.
Não tem medo da greve mas perde tempo a desprestigiar a classe. Que somos pouco razoáveis, que não estamos abertos à negociação, que a ordem é amiga mas os sindicatos são maus. Tenha paciência e seja decente.
Defendemos o direito ao trabalho não precário, defendemos a justiça salarial e defendemos acima de tudo o Serviço Nacional de Saúde. Aquele que vocês, os senhores da austeridade expansionista (piada, piada) acham que é demasiado caro e, arrisco, demasiado bom para os portugueses.»

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