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Jul13
[serviço público] para trás é que se vai em frente!
beijo de mulata
Meus queridos amigos, o beijo-de-mulata não é um blogue de serviço público, é apenas um blogue que tem o nome de uma flor silvestre que nasce em qualquer degredo e se cria em qualquer chão porque fala sobre o que me passa pela cabeça. Só não faço serviço público por uma única razão: é que raramente me passam pela cabeça temas que possam remotamente ser de algum interesse para o público. Excetuando as parcas mas honrosas exceções* em que fiz questão de vos explicar como diminuir a mortalidade infantil através da escolha adequada dos nomes próprios, ou como ajudar a dar à luz numa bomba de gasolina. Tudo coisas com imenso substrato, portanto.
Mas hoje resolvi falar-vos de uma questão muito séria. Não concebo que não se faça nada sobre isto e que pouca gente dê atenção a este tema: não há semana nenhuma em que não veja ou ouça falar de uma criança com menos de 4 anos que ficou tetraplégica ou teve um traumatismo craniano grave com sequelas irreversíveis durante um acidente de automóvel. Em acidentes de nada, pequenas distrações a 30 km/h, em trajetos curtos, de casa da mãe para a casa da avó, em crianças que iam na cadeirinha no banco traseiro, numa cadeirinha bem instalada, com pais cuidadosos.
Como?!, pergunta quem não costuma ouvir falar disto. A verdade é muito simples: as crianças não têm força suficiente nos músculos do pescoço para suportar o "efeito chicotada" numa pequena colisão frontal. E isto é muito, muito sério! Mas quando se pergunta aos pais dos meninos internados nos intensivos a razão pela qual os meninos iam voltados para a frente, a resposta é invariavelmente: "Porque ele já tinha idade." ou "Porque achei que ele se conseguia entreter melhor se fosse virado para a frente." ou "Mas as cadeirinhas que existem a seguir aos 13 kg são todas viradas para a frente". Ou seja, ignorância pura!
Quase ninguém ouviu falar da necessidade de transportar as crianças voltadas para trás o máximo de tempo possível. Há poucas cadeirinhas no mercado que permitam esta função. As poucas que existem são bastante caras. Mas não são proibitivas. Eu tenho uma destas para o baby-de-mulata, obviamente. Não concebo transportá-lo de outra maneira. E tenho a certeza de que muitos dos pais cujos filhos ficaram com lesões irreversíveis teriam comprado e usado o mesmo tipo de cadeirinha que eu, se soubessem o que estava em jogo... Vejam o vídeo. Vale a pena. Vale muito mais uma cadeira destas do que um presente caro. É que eles depois vão é brincar com as molas da roupa...
* O pleonasmo também é uma figura de estilo...