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Jun12
[irmãos de sangue] apelo à comunidade cabo-verdiana
beijo de mulata
O cartaz da campanha de apelo à comunidade Cabo-Verdiana...
Meus queridos amigos, aqui há atrasado falei-vos do Lázaro, o nosso menino Angolano, internado havia cento e vinte e tal dias no meu hospital por uma aplasia medular muito grave. Falei-vos da saga que foi trazer o seu irmão Lito para Portugal, miraculosamente compatível e saudável! A propósito, deixei a história a meio [ver O Mato em Lisboa] porque se foi tornando cada vez mais dolorosa. Mas agora parece estar tudo mais encaminhado. Qualquer dia volto a ela.
O que nunca vos disse foi que, quase no mesmo dia, foi internada uma outra menina, a Arina, vinda de Cabo Verde, São Nicolau, com exactamente a mesma doença. Fui eu que a recebi, vinda directamente do aeroporto e internei-a com o coração nas mãos. Ela não tinha pinga de sangue. Eu fiquei vazia nas veias e no coração...
Mas a história desta menina linda, esperta e meiga de derreter corações tem sido um calvário para todos...
A menina tem quatro anos, uma aplasia medular grave e precisa de um transplante urgente, mas não tem dador. Já analisámos a família toda, procurámos no banco nacional, nos bancos internacionais e nada...
A questão fulcral é que a probabilidade de encontrar um dador compativel é maior quando se procura entre pessoas da mesma origem, porque os genes são mais semelhantes, e em Portugal tal como no resto do mundo, não há qualquer banco de medula de pessoas de origem africana, de Cabo Verde em particular...
Daí, surgiu a ideia de lançar uma campanha de sensibilização para doação de medula óssea entre os naturais de Cabo Verde residentes em Portugal. E mesmo que não seja possivel encontrar um dador, esta iniciativa pode deixar uma oportunidade para outro doente que necessite também de um transplante no futuro.
Qualquer pessoa pode ser dadora, desde que seja saudável, tenha entre 18 e 45 anos e resida oficialmente em Portugal (mais informações aqui). Podemos lançar aqui a fundação de um banco de medula óssea com genes de Cabo Verde!
Quanto a nós... nós acreditamos que é possível salvar a nossa menina!
Vai haver um período de colheita na Universidade Lusófona no dia 11 de Julho, e o Centro de Histocompatibilidade e o Hospital Dona Estefânia estão abertos todos os dias (ver foto).
Divulguem esta iniciativa, peço-vos! Nunca se sabe de onde virá a solução!