17
Nov14
[as melhores do serviço de urgência] para (re)animar
beijo de mulata
Ainda não me saíram da cabeça as palavras de uma mãe no sábado passado. Eu estava a ver o filho dela, que estava com dificuldade respiratória e acabara de o mandar fazer um segundo tratamento com broncodilatadores, quando me vieram chamar de urgência a uma enfermaria. Uma criança que esteve em convusão mais de meia hora, seguida de paragem respiratória e uma reanimação difícil... Muitas lágrimas dos pais por susto, fadiga e dificuldade em gerir mais uma situação inesperada num filho que sempre fora doente, mas que nunca estivera tão perto da morte...
Por fim, desci novamente para a urgência. À minha espera estava ainda o menino que eu tinha visto com dificuldade respiratória. Deu-me um aperto no coração... Com a correria para a enfermaria, o caso não tinha sido passado a ninguém...
Mas nestas circunstâncias os pais costumam "desenrascar-se": perguntam a qualquer outro colega pelo médico que o estava a ver, ele apercebe-se que o colega foi chamado a uma reanimação e assumem o caso. A equipa de enfermagem também costuma dar uma ajuda. Mas desta vez, pelos vistos, tal não tinha acontecido...
Pedi desculpa à mãe pela demora e disse-lhe que podia ter pedido a outro médico para ver o filho. Ao que ela me respondeu: "Não se preocupe, Doutora! Eu preferi que o meu filho fosse visto por si. Eu percebi que foi chamada a uma situação complicada e fiquei por aqui a rezar pelo menino lá de cima. Pedi muito a Deus por ele e por si. O meu que esperava o tempo que fosse preciso, mas que se salvasse o menino! Ele ficou bem?"
- Ficou, sim, obrigada por ter rezado por nós...
A sério que ainda estou comovida...
Por fim, desci novamente para a urgência. À minha espera estava ainda o menino que eu tinha visto com dificuldade respiratória. Deu-me um aperto no coração... Com a correria para a enfermaria, o caso não tinha sido passado a ninguém...
Mas nestas circunstâncias os pais costumam "desenrascar-se": perguntam a qualquer outro colega pelo médico que o estava a ver, ele apercebe-se que o colega foi chamado a uma reanimação e assumem o caso. A equipa de enfermagem também costuma dar uma ajuda. Mas desta vez, pelos vistos, tal não tinha acontecido...
Pedi desculpa à mãe pela demora e disse-lhe que podia ter pedido a outro médico para ver o filho. Ao que ela me respondeu: "Não se preocupe, Doutora! Eu preferi que o meu filho fosse visto por si. Eu percebi que foi chamada a uma situação complicada e fiquei por aqui a rezar pelo menino lá de cima. Pedi muito a Deus por ele e por si. O meu que esperava o tempo que fosse preciso, mas que se salvasse o menino! Ele ficou bem?"
- Ficou, sim, obrigada por ter rezado por nós...
A sério que ainda estou comovida...