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Beijo de Mulata

Beijo de Mulata

11
Mai17

[querido, vesti o miúdo] semana mundial do babywearing

beijo de mulata

Esta é a Semana Mundial do Babywearing!


[Ainda bem que os meus amigos moçambicanos não me leem habitualmente, de outro modo achariam tudo isto ridículo e estariam a olhar para mim com cara de "Duh, qualquer dia nós também fazemos a Semana Nacional de Comer a Sopa com Colher ou a Semana Mundial de Usar Roupa Interior só para gozar convosco! Há lá outra maneira de transportar as crianças!"]

Eu sou uma fervorosa adepta do babywearing, que tem inúmeras vantagens para as crianças e o seu desenvolvimento e usava sempre uma capulana moçambicana para transportar o baby-de-mulata. Era pro em colocar o menino às costas, num exercício africano de equilíbrio e destreza que deixava sempre a minha mãe sem respirar e a conter-se para não dizer "Cuidado que me deixas cair o desgraçado!", mas depois de o colocar nas costas (não há outra maneira, com uma capulana), trazia-o sempre para a frente porque prefiro olhar o meu filho nos olhos. Não o deixava nas costas, embora até achasse que ele não se importaria de ir a apreciar a paisagem. Depois rendi-me a uma solução mais prática, com panos que dão para colocar diretamente à frente. Quase tive pena de deixar a tradição moçambicana, mas as minhas costas e as coronárias da minha família (que, vá se lá saber porquê, não confia na minha fantástica agilidade e destreza corporal*) agradeceram.

* E têm razão, pronto...
09
Mai17

[beijo de mulata fashion] o ouro da zambézia

beijo de mulata


Os meus brincos de ouro, made in Gilé
(Zambézia, Moçambique)

Já vos contei esta história. Hoje, ao escolher os brincos, encontrei estes aqui acima e não resisto a contá-la de novo!

Próximo do grande Centro Hospitalar do Gilé (o paupérrimo hospital do distrito), na mesma rua da pousada do Sr. Pompisk (para ele, mesmo que não nos esteja a ouvir, um abraço!), vivia o único ourives, o Sr. Elvis Pires. Não sei muito bem onde é que ele adquiria o ouro, mas suponho que o comprasse aos garimpeiros das minas situadas a poucos quilómetros da vila. Por acaso isso não me choca nada... Nem tenho a certeza de que os próprios garimpeiros teriam perfeita noção de que a exploração das minas e a comercialização do ouro da sua própria terra era ilegal, de tal forma era feita às claras. 

Mas como eu ia dizendo, o Sr. Elvis Pires, a quem eu tratava respeitosamente por Sr. Ourives porque não conseguia evitar sorrir com o nome improvável, era um homem em muitos aspetos admirável. Apesar do nome, que nos faria pensar numa família vanguardista, as suas origens eram as mais humildes. Oitavo filho de uma família de camponeses, viveu uma infância igual à da maioria das pessoas do país: dormiu no mato durante os anos da guerra civil para se esconder dos ataques dos "bandidos armados", teve a casa destruída inúmeras vezes, viu irmãos morrerem às mãos dos guerrilheiros e sucumbir a doenças banais, teve várias doenças e medo de morrer em todas elas, foi mordido por uma cobra e sobreviveu miraculosamente graças a um curandeiro (esta última parte talvez não seja assim tão comum, mas enfim...).  Mas o que fazia a diferença, o que fazia dele um homem remediado, que conseguia sobreviver e ganhar a vida sem ser de mão estendida ou dentro da máquina do partido, era ser um homem de iniciativa, um homem de sonhos e de trabalho.

Mas, por muito suor que empregasse nas suas obras, o Sr. Ourives, com muita pena minha, não era um artista nato. Não era um criador genial e inspirado. Podia ser um bom homem de família, um empresário honesto, um executante razoável, mas um artista sem ideias e com um gosto sofrível...

Por isso, a Irmã Lurdes, que pelas minhas contas há de vir a ser santa, nas suas idas a Paris trazia-lhe sempre catálogos de grandes marcas para ele se inspirar. O último tinha sido o da Cartier. Mas nem assim... Por um lado é preciso bom gosto por parte do artesão e, por outro, é preciso bom gosto e poder de compra por parte do mercado. Ou seja, mesmo depois de ter tido contacto com peças de elevadíssimo gosto em comparação com as suas, as obras de Elvis Pires continuavam as mesmas bolinhas e argolinhas algo toscas de sempre, que ele guardava amorosamente em pequenos saquinhos de comprimidos surripiados da farmácia do hospital...

Felizmente, no último ano em que lá estive, a Irmã Lurdes teve uma ideia genial! Numa ida ao Carrefour de Paris lembrou-se de pedir o catálogo da ourivesaria... A face do Sr. Pires iluminou-se quando o viu! Era todo um novo mundo de pequenas ideias acessíveis, simples e baratas ao seu alcance. E foi também com base neste catálogo que o Sr. Ourives recebeu a sua primeira encomenda de uma médica portuguesa. Meus queridos amigos, eu tive de me esforçar genuinamente, mas no meio do catálogo do Carrefour consegui encontrar um modelo de brincos engraçado. Ele ficou a babar-se. Já antes me tinha tentado vender sem sucesso algumas das suas obras, mas eu, por muito boa vontade que tivesse, não tinha conseguido comprar nada.

A minha intenção com esta encomenda era apenas dar trabalho a um homem de família (e, vá, também queria uma história para contar, pronto, já me conhecem...). Não tinha a mais pálida intenção de os usar mais tarde. Mas... e não é que ficaram perfeitos? É que até que não são feios... Atualmente uso-os de vez em quando. Por graça, mas uso.

Ah, e a sobrinha do Sr. Elvis Pires chamava-se Angelina Júlio! É uma coisa de família...
08
Mai17

[iAgora na prática] presente do dia da mãe

beijo de mulata
Ontem foi o final da semana mundial sem ecrãs. No sábado o baby-de-mulata perguntou-me se, para além do presente da escola (que já me tinha dado na sexta-feira porque sim), haveria alguma coisa que pudesse fazer para eu me sentir feliz no dia da mãe.

Fiquei a babar-me. E respondi que o melhor que ele poderia fazer por mim era acordar e não ir ver televisão, como de costume e ficarmos a brincar, montar legos, desenhar. O que lhe apetecesse.

Acordou-me (ouch!) às 07:00 da madrugada (sim, mães de lactentes, eu sei que não me posso queixar, mas ainda assim...) com uma caixa de lego na mão, um sorriso de orelha a orelha e um: "Parabéns, mamã, vamos montar este?". Amor de sua mãe [ou isso ou sou mesmo uma fácil...]! O rapaz adora ver televisão aos fins de semana, pelo que lhe deve ter custado tanto como a mim me custa não tomar café, por exemplo, sacrifício valente!

06
Mai17

[welcome to gorongosa] encontro com um pangolim

beijo de mulata

Pôr do sol na Gorongosa e Pangolim
(Gorongosa, Sofala, Moçambique)


Transcrevo uma parte de um texto que me tocou particularmente. A Gorongosa representa a parte de mim que acredita que há de regressar a Moçambique: é que eu sei que vou voltar porque nunca fui à Gorongosa! Daqui.

1 Maio, 2017


Maximillian Prager, Harvard University, Turma de 2019, Biologia Orgânica e Evolutiva

No verão de 2014 encontrei-me pela primeira vez em África, pela primeira vez vivendo longe dos meus pais, e pela primeira vez colocando a fascinação da minha vida pela fauna bravia em ação. Eu era um estudante do ensino médio de Nova York, a estudar no Laboratório de Biodiversidade E. O. Wilson, com os biólogos e conservacionistas do Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique. Mais especificamente eu estava a trabalhar com Piotr Naskrecki, um entomologista, fotógrafo de natureza, diretor do Laboratório Wilson, e meu mentor e amigo. Ao voar para o Parque, eu não sabia que iria “gastar” os meus dois verões seguintes neste lugar, e que ficaria tão encantado com a paisagem, a fauna bravia, as pessoas e a causa da conservação da natureza.

A minha primeira curta visita ficou repleta de experiências inesquecíveis. No meu breve tempo no Parque, segui bandos de leões acompanhado por especialistas, segurei uma inhala que dava coices enquanto um veterinário a tentava anestesiar e colocar uma coleira de rádio, apanhei morcegos em redes de malha fina, e fui continuamente mordido, arranhado, picado e pulverizado por uma miríade de pequenos répteis e invertebrados. No entanto, o episódio mais memorável desse primeiro verão em Moçambique foi o meu envolvimento no resgate de uma mãe pangolim e do seu bebé.

O pangolim terrestre (Smutsia temminckii) é um mamífero bizarro nativo da África subsaariana. O pangolim movimenta-se lentamente mas é surpreendentemente elusivo, e alimenta-se de térmites; preenche um nicho ecológico semelhante, embora totalmente alheio, aos tatus das Américas. Com a sua cauda longa, garras escavadoras arredondadas, e uma armadura de placas queratinosas, o pangolim é uma verdadeira quimera. Pode ser encontrado em várias formas em toda a Ásia e África, algumas terrestres e outras arbóreas. Nunca poderíamos supor que o pangolim é o mamífero mais traficado ilegalmente do planeta. Os pangolins têm muita procura na China e no Vietname, onde sua carne é considerada uma guloseima, e as suas escamas são falsamente acreditadas como a cura para o reumatismo e a artrite. A prevalência de uma infeliz e desnecessária causa de morte dessa incrível criatura não passa de uma farsa.

Os pangolins não são fáceis de encontrar. Ao longo dos seus anos de investigação, não só em Moçambique, mas em toda a metade sul da África, Piotr nunca “tropeçou” num pangolim. Na verdade, parecia que o pangolim sempre se escapava à sua vista; ao voltar ao acampamento uma noite, ele poderia ouvir dizer que outro cientista tinha visto um, mas que não sabia onde Piotr estava na altura, ou que não tinha uma câmara à mão. O pangolim era a baleia branca de Piotr, como me foi lembrado repetidamente nos dias que antecederam o encontro.

No dia anterior ao que eu tinha programado para deixar a Gorongosa, recebemos a notícia de que um caçador furtivo numa aldeia próxima tinha dois pangolins na sua posse, uma mãe e um bebé. Ele estava anunciar a sua venda por 23.000 Meticais, na altura o equivalente a cerca de $750 US. Alguns guardas do Parque partiram para prender o ladrão e recuperar os animais. O par foi recuperado com segurança, pelo que soubemos naquela noite, e permaneceu num quarto de armazenamento até à sua libertação. Seria nossa responsabilidade encontrar um lar adequado para eles e entregá-los de volta ao Parque.

Na manhã seguinte, horas antes de sair do Parque, eu saltei para a nossa Toyota Hilux com o Piotr e a Jen Guyton, uma mamalogista, e fomos buscar os pangolins. Estacionámos o carro, e Piotr entrou na pequeno quarto de armazenamento para ir buscar os pangolins. Minutos mais tarde, ele ressurgiu com os braços em torno de uma esfera pesada e com escamas que se assemelhava a uma alcachofra gigante. Colocou-a nos braços de Jen e ligou o carro. Depois de algum tempo o esfera descontraiu-se, e um focinho longo, semelhante ao de um galgo, emergiu para provar o ar exterior pela primeira vez em poucos dias. Levantando mais a cabeça, revelou um pálido recém-nascido, coberto por uma pele de escamas que lembravam unhas frágeis. As mães pangolins, quando ameaçadas, enrolam-se em torno dos seus bebés para os proteger. O odor do bebé era mais comparável ao cheiro de uma caixa de parto após um cão ou gato ter dado à luz, ligeiramente suave, mas acentuado pelo aroma do leite doce. Sobressaltada pelos solavancos da condução, a mãe desdobrou-se mais uma vez, derramando o bebé no meu colo. Piotr disse-me para agir rapidamente - eu tinha que segurar o bebé perto do meu peito e protegê-lo. O bebé tremia nos meus braços. Ele era muito delicado para ser movimentado. Assim segurei-o de forma apertada enquanto acelerávamos em direção ao nosso destino.

O ponto de libertação foi uma área de mato arenoso pontilhada com termiteiras; a mãe pangolim teria muita comida aqui. Jen colocou o par no chão, com a mãe desenrolada. O poderoso pangolim parecia um gigante de madeira, como uma montanha com garras, apenas encolhido para o tamanho de um cão de raça “beagle”. Ela colocou o bebé às costas tal como esperávamos. A montanha em miniatura ergueu o seu longo focinho e começou a caminhar para o mato. Quando ela desapareceu, o farfalhar da relva e o estalar de pequenos galhos foram ficando cada vez mais fracos.

(Ler mais aqui)
05
Mai17

[psiquiatrices] e comida saudável

beijo de mulata

Esta passou-se no meu hospital, com uns colegas meus, no internamento de Pedopsiquiatria. É uma enfermaria geralmente muito animada, com muitas particularidades que fazem dela um especial caso de sucesso. Os meus colegas jogavam às cartas com um grupinho terapêutico muito divertido, em que se incluíam algumas doentes com anorexia nervosa em franca recuperação, outras com depressão grave, outras com outras patologias. A dada altura, uma adolescente com anorexia nervosa lança a carta representada acima, declarando, triunfante:

- Ás de Brócolos!

(O que prova que qualquer mancha em psiquiatria é projetiva. E poderia abrir aqui um longo parêntesis sobre a interpretação deste lapsus linguae, mas não o farei pelos seguintes motivos:
a) não pretendo fazer psicanálise selvagem;
b) a origem do ato falhado é absolutamente óbvia;
c) no dia em que inventarem um teste de Rorschach de escolha múltipla prometo vir aqui fazer uma interpretação extensa do paradigma;
d) sem outro motivo;
e) tenham um bom fim de semana!).
04
Mai17

[welcome to mozambique] as pulseiras mais fashion

beijo de mulata


Feira do Pau Preto, fotos daqui, que nem por sombras levaria a minha máquina fotográfica para as compras na feira... O que ganharia em registo gráfico perderia em poder negocial.
(Nampula, Moçambique)

[Esta manhã o facebook teve a gentileza de me recordar este episódio. E não resisto a contar-vos de novo a mesma história!]

Uma das coisas que mais gosto de comprar e que sei que as minhas amigas mais apreciam são as pulseiras exóticas, feitas em pau preto, sândalo e pau rosa que se vendem na chamada Feira do Pau Preto, aos domingos em Nampula, onde se pode comprar de tudo, desde vassouras feitas com fibra de coco até lamparinas feitas de latas de conserva vazias, passando pelas inevitáveis capulanas e medicamentos tradicionais e, claro, aquilo que dá nome à feira, as famosas obras de arte lindíssimas em pau preto, feitas de uma só peça, apenas com um canivete, por homens que aprenderam sozinhos, ou com alguém próximo, a difícil e paciente arte de talhar a madeira.

Certa vez, uma amiga pediu-me que lhe trouxesse como lembrança uma pulseira de rabo de elefante. Segundo ela, era do mais fashion que existia, em termos de acessórios exóticos africanos. Fiquei horrorizada. Eu não sou capaz de comprar marfim ou tartaruga, por mais bonitas que sejam as peças de arte. Por mais que me digam que os elefantes não são mortos para lhes retirar as presas, só as retiram de elefantes encontrados já mortos acidentalmente e que as tartarugas não são mortas de propósito. É fácil iludirmo-nos com estas desculpas ingénuas... Mas uma pulseira de cauda de elefante? Que estranho e, ao mesmo tempo, que curioso. É que não lembra ao menino Jesus, quanto mais ao rabudo... Certo domingo, quando já estava a regressar a casa vinda da feira, mesmo em frente ao delicioso estádio do Sporting Clube de Nampula, vi estas pulseiras a vender e resolvi parar o carro e investigar por conta própria, num rasgo de inspiração:

- Bom dia, senhor, novidades*?
- Tudo bem, não sei do seu lado...
- Salama**, obrigada.
- Ah... Senhora, estou a vender pulseira.
- Sim estou a ver, estas pulseiras são de quê?
- Rabo de elefante...
- Ah, muito bem. E custam quanto?
- Está a 20 cada uma...
- A 20 meticais? E quanto me faz se levar cinco?
- Fica a 15 cada uma.
. Está bem... E quem fez as pulseiras?
- Eu mesmo, mamã!
- Ah, muito bem, parabéns, são muito bonitas! Mas onde é que arranjou o rabo de elefante?
- É um caçador que vende.
- Um caçador? E onde é que ele caça?
- Não sei, mamã...
- Mas ele mata os elefantes para lhes cortar o rabo?
- [Atrapalhado, sem saber o que dizer a esta mukunya***, que nem comprava nem desgrudava literalmente do seu pé...] Não... corta o rabo, só.
- Hum... Olhe, pode dizer, que eu levo na mesma...
- O quê, mamã?
- Não são de elefante, pois não?
- [Com pouca convicção] São sim...
- Mas pode dizer, não tem problema...
- [Baixando os olhos, envergonhado e baixando também a voz...] Ah, mamã... São di pineu...
- De quê?
- Di pineu, mamã.
- Mas o que é um pineu?
- Um pineu, mamã!
- Pineu? Mas isso é um bicho? É parecido com quê?
- Pineu... Não sabe o que é pineu? Pineu di carro!
- De pneu?!
- Sim, mamã. Nós corta o pineu di carro e dentro do pineu tem o miolo que faz o fio...
- Ah... Levo cinco, então!

* Novidades - Como está [de saúde]?

** Tudo bem.
*** Mukunya - Branca
01
Mai17

[as melhores do serviço de urgência] no melhor pano cai a nódoa...

beijo de mulata
Hoje, ao ler um artigo desastroso sobre dietas e cenas saudáveis lembrei-me de um episódio que já aconteceu há mais de cinco anos. No serviço de urgência, ao ver um menino com uma alergia cutânea provavelmente alimentar, a mãe responde:

- Alergia? Como, alergia?! O meu filho nunca comeu nada que não fosse feito em casa, nada com corantes ou conservantes, temos imenso cuidado na escolha da comida que lhe damos. É tudo biológico e evitamos a carne e o peixe.
- Mas ele não come carne nem peixe de todo?
- De vez em quando come, também não somos fundamentalistas. Mas no dia a dia optamos por proteínas vegetais de alto valor biológico. E cozinhamos tudo sem sal.
- Muito bem... mas olhe, a partir dos 12 meses [de facto ele já tinha cinco anos] já se pode começar a colocar um pouco de sal na comida, até porque eles estão a crescer e precisam de sódio.
- Ah, não, doutora, mas nós não pomos mesmo sal nenhum. Só usamos Caldo Knorr.

(suspiro...)

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