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Beijo de Mulata

Beijo de Mulata

27
Set13

[as melhores do serviço de urgência] by medicina geral e familiar

beijo de mulata
Tenho um amigo cujas pérolas da consulta e urgência me fazem rir quase todos os dias. É médico de família e, para alegria de todos, com os adultos as consultas por vezes são autênticas anedotas:

- O meu marido teve um acidente de mota e foi operado muitas vezes. Da última vez tiveram de lhe pôr uma próstata no joelho.

- Fiz uma liquidação das trompas mas, agora que me casei outra vez, queria-as de volta.

E a última que ainda me está a fazer rir para dentro:

[Ler com sotaque brasileiro]
- Doutor, da última vez o senhor me passou aquele remédio, Transolusina*, mas aquilo não funciona não.
- Então? Continua com dificuldade em urinar?
- Em urinar não tenho dificuldade nenhuma, mas a Transolusina não era para me fazer transar mais?

* Tansolusina - Medicamento para a hiperplasia benigna da próstata.
24
Set13

[as melhores do serviço de urgência] lamento, mas esta é mesmo só para médicos...

beijo de mulata
No serviço de urgência:
- Doutor, ando com uma dor aqui na anca, é melhor mandar-me fazer um raio x das carnes moles.

(Cortesia de um colega meu de Medicina Geral e Familiar, daqueles que têm mesmo doentes a sério, dos que tomam Sexodil para dormir e Omeprozac de manhã por causa dos azedumes. Agora que leio melhor, acho que este último seria um medicamento vencedor, como é que ainda mais ninguém se lembrou disto?)
23
Set13

[outras palavras] a adoção e a biologia do amor...

beijo de mulata

Na revista Visão da semana passada foi publicado um artigo delicioso sobre os efeitos do amor no cérebro de crianças adotadas! Aqui vos deixo um pequeno excerto:

"O estudo das crianças adotadas tornou-se um dos maiores aliados dos investigadores que procuram respostas para problemas de desenvolvimento e perturbações afetivas. As más experiências emocionais, muitas vezes presentes nestes casos, deixam marcas — visíveis em imagens de ressonância magnética. O trauma altera as estruturas neurológicas do nosso cérebro, diz a psicóloga holandesa Anneke Vinke, que analisa casos há vários anos, trabalhando com uma equipa responsável pela publicação de centenas de estudos sobre adoção. Se o trauma se repetir, alerta, cérebro altera-se ainda mais .

Talvez mais surpreendente do que a marca física do trauma seja a mudança biológica determinada pelo amor — depois da adoção. As vantagens podem ser medidas em ressonâncias magnéticas, que mostram o desenvolvimento cerebral e as zonas ativadas antes e depois. A criança adotada cresce fisicamente. Até a cabeça fica maior. E a cognição também melhora 10 a 15%, explica Vinke, que esteve em Portugal para participar na Conferência Internacional de Adoção, tendo falado sobre as teorias da neurobiologia e o que elas significam em relação à criança adotada.

 Embora entenda que a adoção é vantajosa em qualquer idade, a psicóloga holandesa defende a necessidade de agilizar os processos para que se reduza ao máximo o vazio afetivo. Numa família equilibrada, ao choro do bebé responde-se com atenção. O organismo estabiliza, baixam os níveis de cortisol. Se, pelo contrário, à agitação corresponde um vazio ou uma reação agressiva, o bebé não normaliza os níveis hormonais. A falta de afeto leva a duas reações para regularas emoções: ou se fecham, num comportamento de tipo autista, ou são hiperativos, reagindo a tudo o que acontece à volta. Em ambos os casos, há um excesso de hormonas de stress no organismo. Acontece a todos os humanos mas, nas crianças negligenciadas, esse nível hormonal está sempre elevado. E deixa marcas."

É por isso que eu tenho esperança! Eu vi isto acontecer comigo e com o baby-de-mulata!
22
Set13

[as melhores do serviço de urgência] preceitos de bem-nascer!

beijo de mulata

Hoje aprendi mais um preceito indispensável para se nascer bem, assunto que como sabeis me é particularmente caro, pois se até já vos tentei ensinar a ajudar a dar à luz numa bomba de gasolina em 20 passos extremamente didáticos (próximos episódios com serviço público: como convencer um homem a arrumar a casa - este é em 40 passos, mas chegamos lá, nem que seja em 50 mais um - e como fazer um lactente arrotar sem acordar - este em 20 passos embora, confesse, alguns passos possam ser mais didáticos que outros).

Ora pois, mas eu ia contar-vos que hoje aprendi mais qualquer coisa sobre isto de bem-nascer. E nisto de bem-nascer, meus amigos, é sempre bom estar informado. Penso que já toda a gente ouviu aquela ideia meio absurda de que é preciso ter muito cuidado quando o bebé tem o cordão à volta do pescoço, mas até percebo a fantasia arrepiante que uma mãe pode ter (sobretudo naquela altura em que praticamente não tem sangue no cérebro), que é a de que o seu bebé se arrisca à forca no próprio cordão umbilical no momento de nascer.

Mas hoje no Serviço de Urgência tive uma revelação extraordinária: no boletim de saúde de um recém-nascido constava que ele tinha nascido por cesariana eletiva. Podia ser essa a chave para o problema do menino. E vai daí perguntei à mãe:
- O seu bebé nasceu de cesariana porquê?
- Olhe, doutora, porque eu tinha muito líquido amniótico e explicaram-me que o bebé se podia afogar quando nascesse.

Ah, pois, é verdade, que cabeça a minha, os bebés de hoje não sabem nadar como antigamente. E depois admiram-se que as taxas de cesariana continuem a crescer.
15
Set13

[manual de conversação para o baby-de-mulata] primeiro módulo: check!

beijo de mulata

É com um orgulho imenso que venho aqui anunciar que o meu baby-de-mulata, o menino mais bem-disposto e mais doce do mundo, já é um autêntico master na área da comunicação telefónica e em meter conversa com os vizinhos no elevador!
Desde que lhe dei umas pequenas luzes sobre o assunto, eis que o baby, que antes era só silêncios e sorrisos envergonhados, agora sempre que me vê a falar ao telefone arranca-me o dito das mãos e pergunta a quem estiver a falar do outro lado (à madrinha, por exemplo): "Olá, madrinha, como estás? Como está Mr. B., está bom? O que estão a fazer?" ou, no caso de o interlocutor não ter filhos, por sua própria iniciativa pergunta pelo animal de estimação (à avó, por exemplo, pergunta pelo gato): "Olá, avó, o Bingo está bom? Já papou?"
Para dois anos e três meses está mesmo bem lançado!, diz sua mãezinha, a quem obviamente a desidratação causada por tanta baba já começa a afetar o cérebro... 
E agora que consegui que o baby despertasse para o maravilhoso mundo da conversa de chacha, já estou a preparar o módulo II: Introdução aos Comentários Meteorológicos: Noções Básicas sobre Pluviosidade e Bom Tempo.
Mais uns tempos e chegamos ao "Olá, prima, há quanto tempo não a via... Está na mesma! Parece que o tempo não passou por si!" e terá a adolescência assegurada!
11
Set13

[foi há um ano!] o melhor milagre da minha vida!

beijo de mulata
Há precisamente um ano, depois de um baby-shower com as melhores amigas do mundo, arrumei o quarto do baby-de-mulata, acabei de montar o álbum de fotografias que lhe haveria de mostrar quando chegasse a casa (um álbum que ilustrava a transição da instituição para a nova casa e para a família) e fui deitar-me com a certeza de que um milagre estava para acontecer! No dia seguinte instalei a cadeirinha no carro fui buscá-lo! Obrigada, meu bem, por teres "fugido" comigo...
09
Set13

[vozes brancas*] anjo da guarda...

beijo de mulata
A propósito do post de ontem, e  falando sobre formas peculiares de rezar, na oração do Anjo da Guarda o baby-de-mulata também faz umas variações muito próprias.

É que "alma", enquanto elo entre o espírito e a matéria, fonte última responsável pela comunhão humana com Deus, é um conceito que penso que o baby ainda tem um pouco mal sedimentado. Por isso, ele substituiu-o por um conceito ligeiramente mais percetível e concreto, e pede todas as noites ao Anjo da Guarda: "Guardai a minha ÁGUA de noite e de dia." E a mãe do baby (esta que vos fala), senhora de uma consciência ecológica considerável e fervorosa defensora dos objetivos do milénio para o desenvolvimento, aprova! E de forma completamente acrítica, baba-se!

* Timbre da voz de uma criança antes da puberdade.

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