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Beijo de Mulata

Beijo de Mulata

27
Mai12

[casa do gaiato] de longe, a mais grandiosa instituição de moçambique

beijo de mulata

Foi aqui, em Boane, próximo da barragem dos Pequenos Libombos, que conheci Moçambique... Foram aqui os encantos de primeira vez em África.
Com o Padre Zé Maria, a Irmã Quitéria, a tia Cármen, a D. Virgínia e os meninos mais adoráveis que já tinha conhecido. Curiosamente, foi também o Lucas, o primeiro menino que aparece no vídeo, quem me adoptou inicialmente. Foi ele quem, na primeira tarde, me veio adornar a mesa-de-cabeceira com uma flor selvagem que crescia numa casca de coco, "para titia sentir o cheiro da terra antes de dormir".

Se me pedissem uma só prova de que é possível crescer e que vale a pena investir em Moçambique, eu saberia o que responder.
(Boane, Moçambique)
27
Mai12

[welcome to mozambique] a doença não tem causas, tem causadores!

beijo de mulata

JeitO, a marca de preservativos mais popular em Moçambique...
"Amor, você tem JeitO?"

Ainda sobre a questão do preservativo em Moçambique, volta e meia lembro-me desta notícia desconcertante em todos os aspectos, que transcrevo abaixo. Só não a apelido de inacreditável porque, infelizmente, sei bem demais que é verdade... Em Moçambique é frequente a crença de que quando uma fatalidade se abate sobre os pobres, a culpa é, invariavelmente dos ricos. Ou de invejosos. Ou de feiticeitos. Ou de alguma mulher idosa e viúva que possa servir de bode expiatório.

Por exemplo, na Zambézia, é recorrente, em alturas de seca, a população revoltar-se contra as autoridades e acusá-las de ter "amarrado a chuva no céu" para prejudicar toda a comunidade, fenómeno de que já sobejamente nos falou o Professor. A notícia do DN de que vos falo é esta:
«O arcebispo de Maputo, D. Francisco Chimoio, acusa os europeus de infectarem propositadamente preservativos com o vírus da sida "para acabar com o povo africano". As acusações estão a chocar o país onde, diariamente, cerca de 500 pessoas são infectadas com o VIH.
"Os preservativos não são seguros porque eu sei que há dois países europeus que estão a produzi-los com o vírus de propósito", afirmou o arcebispo. "Eles querem acabar com o povo africano. Querem colonizar tudo. Se não tivermos cuidado, estaremos liquidados dentro de um século", acrescentou, indicando que a melhor maneira de evitar o contágio da doença é a abstinência, não os preservativos. D. Francisco Chimoio, o líder da igreja católica em Moçambique, seguida por 17,5% da população, recusou nomear os países em causa, indicando ainda que os medicamentos anti-retrovirais também estão infectados.» (...)
E, mesmo assim, ao demonstrar que sabe que a sida é provocada por um vírus, D. Chimoio está ainda a anos-luz do nível cultural da esmagadora maioria dos moçambicanos... Não nos podemos esquecer de que em Moçambique as doenças não têm causas, têm causadores! Não há agentes infecciosos, há feiticeiros, antepassados, tabus quebrados... Neste sistema de crenças animistas, o preservativo é para os moçambicanos tão descabido como seria para nós colocar um guarda-chuva à porta de casa para evitar o cancro...
27
Mai12

[o pior cego...] os brinquedos dos pobres fazem-se com lixo...

beijo de mulata




Recordemos algumas das fotos magistrais do André, um dos bloggers que mais admiro, autor do Tertúlia Africana, blogue que, parafraseando o Irmão Lúcia, é para ir de joelhos. Ou recordemos este post, publicado aqui há atrasado, no decurso da improvável rubrica Zambézia vs New York.

Este último brinquedo em particular é leve e salta como uma bola profissional, asseguro-vos. E é fabricado com sacos de plástico, câmaras-de-ar de bicicleta e... preservativos. Novinhos em folha. Em África, meus amigos, os brinquedos fazem-se com lixo ou com coisas que não servem para nada. Com canas, desperdícios de madeira, farrapos de tecido, restos de cordel... Os adultos nunca deixariam as crianças fabricar brinquedos com objectos que ainda pudessem ter alguma utilidade...

Que valor é, necessariamente, atribuído ao preservativo? Por adultos e crianças? Lixo. Lixo! Três vezes lixo! Sem apelo nem agravo. E adianta distribuir lixo gratuitamente, Valha-me Nossa Senhora de Souselas? O que podem, então, concluir o Ministério da Saúde de Moçambique, a OMS, as ONG e os decisores políticos?  O pior cego, meus amigos, é aquele que não quer ver...

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