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Beijo de Mulata

Beijo de Mulata

21
Fev12

[outras paragens] o carnaval em bissau

beijo de mulata

Fantástico, o Carnaval em Bissau! 
Foto de Helena Ferro de Gouveia, a Domadora de Camaleões.

?
Só pela imagem apetece viajar para poder tomar parte nestes momentos! Deixo-vos com um excerto do post da Helena Ferro de Gouveia: "O Carnaval da Guiné Bissau".
"Muito longe dos carnavais “ricos” de outras paragens, em Bissau dança-se quase sempre descalço, às vezes mesmo quase sem roupas, improvisa-se instrumentos musicais, até de cascas ocas de árvore, e usam-se como adereços coisas tão bizarras como um pedaço de espremedor de esfregona partido enfiado na cabeça.
Depois são as cores e os ritmos, são as esculturas feitas de lama e depois pintadas, é a mesma lama a cobrir corpos, umas vezes de branco outras de castanho, uns espelhos pequenos pendurados, por vezes corpos esfregados com óleo e sementes coladas na pele."
21
Fev12

[a geração da utopia] o polvo

beijo de mulata

A praia dos meus sonhos e o nascer do sol no Índico...
(Praia das Chocas, Nampula)

Até aos 23 anos eu costumava dizer que já tinha um plano para a velhice. Um plano absolutamente infalível. E nem sequer tinha um plano B. Eu estava plenamente convicta de que quando a velhice chegasse, com a consciência de quem já viveu como queria e com a arrogância de quem já não sonha, haveria de me dedicar a fazer tricot. Muito tricot. Tricot até à rabdomiólise! Imaginava uma velhice doce e desassombrada. E então aprendi, assim em jeito de PPR, a fazer tricot com a minha querida avozinha, hoje lúcida, doce, tranquila e desassombrada, com os seus 98 anos.

Mas, entretanto, o coração fugiu-me. À traição! E ficou enterrado em África, não muito longe de Maputo... E depois fugiu-me novamente, quando já não esperava que me abandonasse de novo. Cada vez para mais longe. E passaram a ser cada vez mais as noites em que não durmo. Cada vez mais os desassossegos por ver tanto por fazer. E tenho mais vontade de lutar... com a plena consciência de que o que vivo também não passa de uma utopia.

E foi então que conheci o meu colega com nome de filósofo [não, não é o Sócrates!], o meu guru espiritual do "modo África"*, que me fez perceber que eu um dia também irei engrossar as fileiras daqueles que, depois de se desiludirem demasiadas vezes com o mundo e com as pessoas, vão acabar numa cabana na praia, com o amor da sua vida, a tentar caçar um polvo [no meu caso é mais provável que seja uma lagosta, vá... e a praia pode ser um spa, mas vem tudo a dar no mesmo], longe do resto do mundo**...

Paradoxalmente talvez até seja uma coisa que me descansa... Isso quer dizer que até lá posso viver a utopia com todas as minhas forças. Só tenho de aprender algures a fazer pesca submarina!

* Aquele que me ensinou a respirar fundo em qualquer circunstância africana e dizer para mim própria: "Não, isto não é revoltante. Isto é exótico!"
** Referência a uma das cenas finais do romance de Pepetela "A Geração da Utopia". Sim, que eu posso ser loira, mas o meu guru é um homem culto, tsá?

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