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Beijo de Mulata

Beijo de Mulata

25
Jul11

[welcome to mozambique] a baía de fernão veloso

beijo de mulata


A Baía de Fernão Veloso
(Nampula, Moçambique)

“Disse então a Veloso um companheiro
(Começando-se todos a sorrir)
-"Ó lá, Veloso amigo, aquele outeiro
É melhor de descer que de subir."
- "Sim, é, (responde o ousado aventureiro)
Mas quando eu para cá vi tantos vir
Daqueles cães, depressa um pouco vim,
Por me lembrar que estáveis cá sem mim”?
Luís de Camões in Lusíadas, Canto V, estrofe 35
25
Jul11

[welcome to mozambique] o grande hotel da beira

beijo de mulata

Em contraste, a ocupação do Grande Hotel da Beira, um dos maiores squats do mundo, não se pode dizer que seja devida a qualquer ideologia, mas a uma necessidade premente de alojamento... Enfim, parafraseando um aforismo muito conhecido, sobre as diferenças entre homens e mulheres: os Europeus precisam de um motivo, os Africanos só precisam de um sítio!
(Beira, Moçambique)
25
Jul11

[a cada um seu século...] okupa y resiste!

beijo de mulata


Okupa y resiste! Um dos emblemáticos squats de Barcelona. Mais do que uma necessidade de alojamento, um manifesto político. Os habitantes vivem como que nos anos '60, hippies nas casas ocupadas, num misto de ideologia comunista fervorosa e de revolta contra a globalização e a especulação imobiliária... A cada um seu século...
(Barcelona, vista do Parc Güell)
22
Jul11

[outras palavras] a fronteira com a tanzânia

beijo de mulata
Meus queridos amigos... agora é que é! Jornalismo literário ao mais alto nível, fotorreportagem e uma odisseia improvável para passar a fronteira com a Tanzânia, através do mítico rio Rovuma, a fim de obter uma prorrogação de um visto de estadia. Uma descrição de Moçambique no seu melhor e no seu pior. Vão lá ver e depois digam-me, não é a melhor história que já leram sobre Moçambique?
22
Jul11

[birdwatching] umbhalane, serinus mozambicus

beijo de mulata

Um xirico, ave canora de Moçambique.
Quem quiser ficar encantado pode vir aqui ouvir o seu canto lindíssimo...
(Imagem encontrada algures no google)

umBhalane foi a primeira pessoa que, no ano passado, chegou aqui ao mato para vir ver o que se passava com um inusitado beijo de uma mulata, que no fim de contas era apenas uma flor selvagem, venenosa e ubíqua, vítima de ilusões, encantos e saudades. E de equívocas pesquisas no google. Diz-me que às vezes voa por aqui... Ontem perguntei-lhe a origem do seu nome peculiar e ele contou-me esta história linda, que eu achei uma pena ficar escondida na gaveta dos comentários...

umBhalane, em Zulu, é xirico, canário de Moçambique, ave canora de primeiríssima qualidade, e com quem tenho grande afinidade. Em muana* tive vários, sendo que os machos, como é normal no reino das aves, é que melhor cantam.

Os trabalhadores sazonais da alta Zambézia (Maganja, Mulevala, Ile, Alto Molócuè, etc...), alguns deles, traziam consigo um destes exóticos pássaros, e hoje compreendo bem o porquê.

E não os vendiam por nada deste mundo.

Aprendi cedo, compreendi, o significado de "desterro", o apego à terra de origem, ao lar. O xirico que traziam, e guardavam com mil cuidados em pequenas gaiolas, idênticas à que se usam para os pintassilgos cá em Portugal, mas em colmo, meticulosamente construídas, era o "link" a casa, à família,...
E quando deambulava nos acampamentos desses sazonais trabalhadores, de ginga, provocava-os com ofertas mirabolantes pelos "pavarottis" que possuíam e, já no gozo, respondiam-ea rir, cheios de orgulho xiriquiano.
E no Moçambique para Todos (blogue) tentaram silenciar-me, não o editor, mas uns "democratas libertadores" de Maputo.
Comentaram com o meu antigo "nick", muito a despropósito, e resolvi que nunca me iriam calar - adoptei então o xirico - umBhalane. E canto...
* Do Macua, mwana, que quer dizer "criança".
22
Jul11

[alhos e blogalhos] o senhor do kuwait

beijo de mulata
Meus queridos amigos... hoje venho aqui para carpir as minhas mágoas. Então não é que o senhor do Kuwait, por quem eu nutria tanta estima, tanto respeito e admiração pela persistência e honestidade, que vinha aqui ao mato de propósito visitar-me, à boleia do meu Santo Antoninho do google, buscando o "nome científico da flor beijo-de-mulata", acabou de me dar um desgosto inenarrável?

Nem queria acreditar quando hoje abri o StatsCounter e percebi que o mesmo senhor que motivou um post inteiro para o seu esclarecimento, passou a vir aqui ter ao mato pesquisando por "mulatas selvagens". Foi um golpe baixo, meus amigos, muito baixo... Uma menina, recatada e púdica, de boas famílias e com a melhor das intenções decide fazer serviço público a bem de uma pessoa e dos que mais partilharem a mesma angústia por essa blogosfera acima* e depois, só para me magoar, tenho a certeza!, o próprio senhor reage com uma afronta destas? Eu ando um pouco sensível, é certo. E um pouco irritável, também, mas digam-me, meus amigos, depois deste post, de puro serviço público e altruísmo, eu merecia isto? O desencanto, meus amigos, é a pior forma de solidão... E nem me digam nada, que a minha vida são só desilusões... e mojitos, vá. E outras coisas, pronto. Mas... mas... ainda assim eu acho que não merecia isto.

* Desculpem, mas soava-me mal a aliteração "por essa blogosfera fora".
19
Jul11

[welcome to mozambique] sem medo, nem dó, nem drama

beijo de mulata




Somos uma família feliz. Vivemos aqui há 45 anos! Mas andámos fora, no mato, em Nampula, em Angoche durante a guerra. Ihhh... fugimos tantas vezes... Construímos cinco casas e tivemos de fugir de todas, às vezes sem levar nem esteira... nem comida [um sorriso nos lábios, aquele sorriso que nunca se apaga e que quer apenas dizer "gosto de estar aqui a falar consigo."]. Depois da paz voltámos para aqui. Quase tudo aquilo que temos, desde os tijolos da nossa casa, à cerca, às panelas com que cozinho ou ao forno onde faço o pão com que ganho a vida... quase tudo foi feito à custa dos nossos braços. Mas a nossa riqueza... ihhh, mamã!, foi Muluku* que nos trouxe. Dez vezes, que foram as vezes que eu nasci! E todos vivos... A primeira sorte** está em Nampula, vai ser padre! [os olhos brilhando... uma pausa para avaliar o impacto deste enorme motivo de orgulho...], outros estão ali na vila e os últimos três estão connosco. E os netos agora também!
(Voz amadurecida da Mamã Teresa, Moneia, Zambézia)

* Deus?
** O filho mais velho

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