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Beijo de Mulata

Beijo de Mulata

12
Jun11

[a força que um sorriso pode ter!] dançar é viver

beijo de mulata

Dançando porque o dia já nasceu, dançando porque estamos todas vivas, dançando apenas porque sim... porque vida é todos os dias!
(Na casa das Irmãs em Ribáuè, Nampula)


Já agora, alguém sabe como se pode fazer para postar filmes sem que eles percam qualidade?? Eu sei que este blog é mato, mas ainda assim escusa de ser desfocado e tremido...
11
Jun11

[nomes que dizem tudo #21] o meu blog dava um programa nacional de vacinação

beijo de mulata
(continuando...)

Mas estava eu para aqui a teorizar sobre os nomes e a saúde das crianças... Eu diria mesmo, embora não apoiada em qualquer estudo randomizado, já que nenhuma comissão de ética aprovaria esta experimentação humana de alto risco, que a lista dos nomes admitidos e não admitidos é um dos grandes responsáveis pela diminuição drástica da mortalidade infantil nas últimas décadas!

E ainda assim, mesmo orientados por uma lista quase exaustiva, é possível cometer muitas atrocidades, meus amigos! Não só pelas combinações que não lembrariam ao menino Jesus, mas também porque os nomes admitidos estão cada vez mais improváveis. Qualquer dia isto já é como no Brasil, onde se pode tranquilamente chamar "Um Dois Três de Oliveira Quatro" a um filho sem a conservadora do registo poder fazer o que quer que seja para impedir os eufóricos pais...

É que há nomes que à partida nos fazem sentir que algo vai correr mal com a criança... Sinceramente... Por exemplo, acham que uma Odete Soraia podia correr bem? Ou uma Catalina Cinderela? Ou uma Jessica Ariadne? Alguma destas crianças poderia ter uma saúde de ferro? Não, meus amigos, uma Odete Soraia nunca poderá ter uma saúde de ferro. Do mesmo modo, que dizer de um Dhruva ou de um Siddártha? É que uma coisa é termos na consulta um Dhruva de dois aninhos, filho de um Pranjhal e de uma Fati, ambos naturais do Bangladesh... Este menino só tem habitualmente uma ou outra doença típica da infância, uma otite aqui e ali, a varicela da praxe e, num rasgo de maior azar, pode um dia partir a cabeça enquanto sobe a uma cadeira para ir buscar a lata dos rebuçados na prateleira mais alta da cozinha. Mas sabemos que vai tudo correr bem.

Outra coisa muito diferente, meus amigos, é termos um Dhruva dos Santos, filho de um André Filipe e de uma Andreia Vanessa, ambos vegetarianos estritos e fervorosos adeptos da homeopatia. Aí a coisa fia mais fino. Aí podemos ter a certeza de que alguma coisa vai dar para o torto mais tarde ou mais cedo! Para além das doenças horríveis que costumam acometer os azarados de nascença, estes acabam habitualmente por ter anemias de caixão à cova porque nunca comeram carne na vida, otites supuradas com surdez precoce porque nunca tomaram um antibiótico, papeira aos 15 anos com risco de ficarem estéreis porque não fizeram qualquer vacina e são os primeiros a ficar obesos na adolescência porque depois de descobrirem o MacDonald's nunca mais querem outra coisa... Ah, e há uma epidemia de sarampo na Europa*. Também são sempre estes os primeiros na linha de ataque...

Mais palavras para quê?

* Nunca é demais frisá-lo: este blog é um fervoroso adepto da vírgula de Oxford. Entre outras inutilidades...
10
Jun11

[nomes que dizem tudo #20] o meu blog dava um programa nacional de saúde pública

beijo de mulata
Se há medida de saúde pública que melhorou a qualidade de vida das crianças portuguesas nas últimas décadas foi a saída em Diário da República da lista de nomes admitidos e não admitidos. E o fundamento é extremamente simples, meus queridos amigos, é que não podemos confiar nos pais para dar nome a uma criança, porque é precisamente no momento do nascimento que a auto-crítica se dissolve. Para sempre! E se não podemos confiar nos pais, muito menos nas mães, a quem a "influência perturbadora do parto" pode até atenuar a pena dos crimes mais hediondos.*

Nesse momento a vida é um enorme ponto de interrogação, um misto de medo e euforia, um tsunami de sentimentos, de sangue, leite e lágrimas (vá, podem dizer, sim, "escusavas de ser tão pictórica"... mas eu respondo que dado o aparato fluídico de um parto, podia perfeitamente ser ainda mais gráfica!). Nessa altura tão conturbada, em que cada pessoa está genuinamente convencida de que acabou de viver um momento singular, extraordinário e irrepetível, não podemos esperar que todos tenham senso suficiente para não dar à criança um nome que considerem igualmente extraordinário e singular. É precisamente por isso que precisamos de um guardião da moral e dos bons costumes sob a forma de decreto-lei onde conste, por exemplo, que Teddy não é um nome admissível para se chamar a uma criança, nem Tâmara Madura, nem Jimmy Hendrix, nem Frankenstein. Nem outras improbabilidades deste calibre...

É preciso alguém para comandar o barco. Alguém como, por exemplo, o Bispo de Utrecht no século XIII, que foi chamado para resolver o difícil e estranho caso do parto da Condessa Margaret de Henneberg, que dera à luz uma mola hidatiforme. E aqui a história assevera-nos que um bispo nunca se atrapalha, que um bispo enrascado é pior que um anestesista bêbado. E reza, pois, a história que o digníssimo clérigo dividiu aquela massa vesiculosa em 365 partes iguais e baptizou metade com o nome de João e a outra metade com o nome de Isabel e mandou depois fazer-lhes um funeral condigno, para que nenhuma das pequenas vesículas tivesse de ir para o limbo, que era assim uma espécie de piso intermédio entre o céu e o inferno para onde iam todas as crianças cujos pais cometiam a infâmia de não os baptizar. Depois de abolido pelo Papa João Paulo II, já no século XXI, pensa-se que as crianças do limbo foram realojadas em massa...

*Artigo 137 do Código Penal Português.

(continua)
06
Jun11

[últimas tendências] moda paris-nova-iorque-zambézia

beijo de mulata

Mozambique is easier!

Longe de haver a oferta estonteante dos centros da moda mundiais - uma trabalheira das antigas para a mulher mediana que aspira a manter-se mais ou menos à tona das novas tendências - em Moçambique a moda resume-se a dois ou três novos padrões de capulana lançados todos os anos de forma transversal em todo o país. Cómodo e simples para quem quer ter sempre o último grito. Uma ideia fantástica para garantir a felicidade das mulheres e a salvaguarda da carteira dos homens, mesmo que não existam cartões de crédito (nem de microcrédito, quanto mais). A vida é simples, meus amigos. E quem não concorda é porque não percebe o que realmente interessa nesta vida...*

O corolário desta moda igualitária é que os padrões das capulanas são também uma maneira cómoda e prática de datar fotos e vídeos... Por exemplo, o vídeo que vos mostrei há dias sobre o "Expresso do Oriente", o improvável comboio entre Nampula e o Niassa, só pode ter sido filmado depois de 2010, altura em que foi lançado o padrão da capulana da senhora que aparece ao minuto 01:24. Muito bonito por sinal... E que bem que ficava à tia da pequena Beatriz...

* Gosto genericamente de argumentos irrefutáveis, são cómodos e transmitem-me segurança... É mais ou menos como os protocolos, mas em simples.

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