20
Abr11
[canção de bem-nascer] eternos milagres
beijo de mulata
Canção de Bem-Nascer
Deixo ficar contigo o fim da tarde
Para que a fluida luz dissolva o medo,
Que o tempo fique um minuto quedo,
Do delírio do mundo te guarde.
A vida em torno é só espera e espanto,
Virás hoje e será tua a voz que dita,
- Ó filha da maré de encanto,
- Lua verde que o mar agita.
A dor é só um grito de amor,
E a angústia é sonho de esperança,
Nada te demova, doce criança,
De vir no derradeiro corredor.
Deixai que a lua murmure este verso,
Que, na noite, o seu reflexo nos lagos
Sejam lábios, lírios, afagos,
Seja o novo grito do universo.
Avança, rompe a bolsa transparente!
Arrasta contigo as águas do mundo,
Não faz mal que choremos um segundo,
Saudade dessa maresia quente.
Há lágrimas, sim, no rosto de quem reza,
Contas de cristal de água marinha,
- Filha amada da não tristeza,
- Filha para sempre menina.
Nos teus olhos brilha uma viva centelha,
Filha imaculada da mancha mais escura,
Nascida da maré vermelha
Trespassada de rocha dura.
E a noite celebra um milagre antigo,
Onde a cruz vermelha marca o local,
É um hino, a explosão deste vale,
Que é também vinho, sangue, mel e trigo.
Transborda o ventre, mar de súbito vazio,
E há um peito que te acolhe e que te alenta,
- Fonte fértil de qualquer rio,
- Sonho aceso em valsa lenta.
Há lágrimas, sim, no rosto de quem reza,
Contas de cristal de água marinha,
- Filha amada da não tristeza,
- Filha para sempre menina.
Esse grito com que falaste foi divino!
Ou como explicar este amor irradiante?
E se Deus pode proteger um semelhante
Deixa-me encomendar-te ao Deus pequenino...
Há lágrimas, sim, no rosto de quem reza,
Contas de cristal de água marinha,
- Filha amada da não tristeza,
- Filha para sempre menina.
Bem vinda, Beatriz!
Deixo ficar contigo o fim da tarde
Para que a fluida luz dissolva o medo,
Que o tempo fique um minuto quedo,
Do delírio do mundo te guarde.
A vida em torno é só espera e espanto,
Virás hoje e será tua a voz que dita,
- Ó filha da maré de encanto,
- Lua verde que o mar agita.
A dor é só um grito de amor,
E a angústia é sonho de esperança,
Nada te demova, doce criança,
De vir no derradeiro corredor.
Deixai que a lua murmure este verso,
Que, na noite, o seu reflexo nos lagos
Sejam lábios, lírios, afagos,
Seja o novo grito do universo.
Avança, rompe a bolsa transparente!
Arrasta contigo as águas do mundo,
Não faz mal que choremos um segundo,
Saudade dessa maresia quente.
Há lágrimas, sim, no rosto de quem reza,
Contas de cristal de água marinha,
- Filha amada da não tristeza,
- Filha para sempre menina.
Nos teus olhos brilha uma viva centelha,
Filha imaculada da mancha mais escura,
Nascida da maré vermelha
Trespassada de rocha dura.
E a noite celebra um milagre antigo,
Onde a cruz vermelha marca o local,
É um hino, a explosão deste vale,
Que é também vinho, sangue, mel e trigo.
Transborda o ventre, mar de súbito vazio,
E há um peito que te acolhe e que te alenta,
- Fonte fértil de qualquer rio,
- Sonho aceso em valsa lenta.
Há lágrimas, sim, no rosto de quem reza,
Contas de cristal de água marinha,
- Filha amada da não tristeza,
- Filha para sempre menina.
Esse grito com que falaste foi divino!
Ou como explicar este amor irradiante?
E se Deus pode proteger um semelhante
Deixa-me encomendar-te ao Deus pequenino...
Há lágrimas, sim, no rosto de quem reza,
Contas de cristal de água marinha,
- Filha amada da não tristeza,
- Filha para sempre menina.
Bem vinda, Beatriz!